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  • fernandoamposta

“Regra para Uso das Lojas Retificadas” - Parte 2





Regra aprovada no Convento de Wilhemsbad no ano de 1782,

Ano em que foi aprovado o Regime Escocês Retificado

Para toda Europa.


Esta Regra é de uso obrigatório em todas as Lojas

Do Rito Escocês Retificado (RER).

S.·. O.·. A.·. G.·. A.·. D.·. U.·.








Prólogo

Ó, tu que acabas de ser iniciado no seio da Sabedoria!

Filho da Virtude e da Paz!

Atenta às nossas palavras,

e permite que tua alma se abra aos ensinamentos da Verdade.

O caminho para uma vida feliz

e o êxtase em sua Fonte, te serão mostrados!

Ensinar-te-emos como cultivar,

com vitalidade e sucesso,

todas as capacidades que a Providência te concedeu,

e desta forma, faremos de ti um auxílio para a Humanidade

e um participante dos mistérios e bênçãos do Divino.


ARTIGO IV

Deveres para com a Humanidade

1.- Caso as portas de teu reino se abrirem e teu coração escolher cruzar as fronteiras de teu império; e se teu coração se inflamar e se juntar aos corações dos outros homens, verás que todas as nações recuam a uma única fonte comum.

Reconhecerás que a Humanidade é uma única família; terás piedade de todos os homens, pois todos têm os mesmos órgãos, a mesma necessidade de amor, o mesmo desejo de ser útil e todos têm um Espírito imortal como o teu.

Caso isto ocorra, não hesites: entra em nosso Templo e oferece teu louvor à sagrada Humanidade, pois o universo é a casa do iniciado, e nada que tenha aparência humana lhe é estranho.

2.- Vem e participa desta majestosa construção, destinada e erigida à restauração do Homem; frequenta a assembleia das almas virtuosas, engaja-te em sua exaltação, largamente espalhada por todos os países, onde a razão e o esclarecimento encontraram lugar; encontro sob o santo estandarte da Humanidade, regida por leis simples e uniformes.

Sente o objetivo sublime de nossa Santa Ordem; devota toda tua vida e atividade à Caridade; enobrece, purifica e fortalece esta decisão pelo trabalho incansável em tua própria perfeição, elevando-te cada vez mais para o Divino.

ARTIGO V

Caridade

1.- Tu, criado a imagem de Deus que se dignou a se comunicar com a humanidade e espalhar a felicidade entre ela; olha este exemplo do Infinito, com vontade firme e constante de ir além, e deixa que a exultante bem-aventurança se derrame sobre o próximo, com toda sua força: pois, o que quer que o Espírito conceba de Divino, esta é a herança do Iniciado.

2.- Cuida das crianças desamparadas e impotentes; elas necessitam de teu apoio. Considera a desastrosa inexperiência da juventude; ela necessita de teu conselho. Use tua alegria para preservá-la do erro e das decepções que a ameaçam. Exalta na juventude a centelha do Fogo Sagrado de tua inteligência, ajuda os jovens a desenvolver esta chama para alegrar o mundo.

3.- Qualquer ser que sofra ou se lamente, possui direitos, sagrados direitos com relação a vós; tem o cuidado de não ignorá-los. Não esperes até que as lágrimas da miséria comecem a aborrecê-lo; Intervém e tranquiliza os desafortunados, especialmente aqueles que sofrem em silencio.

Não envenenes, pela ostentação de teus dons, a primavera onde o infeliz busca se renovar; não busques a recompensa de tua benevolência no vão aplauso da multidão; o Iniciado busca sua única recompensa na serenidade de sua consciência e no reconhecimento fortalecedor do Divino, sob os olhos dos quais permanece sempre de pé.

4.- Caso a Providência tenha te concedido algo em demasia, tem o cuidado de não esbanjá-lo de forma negligente e frívola; do ponto de vista da Sabedoria, é melhor que teu coração seja indiferente a tuas posses, e que teus bens sejam distribuídos de forma livre e espontânea. Esta é a única forma de desfrutar de qualquer privilégio que tenhas recebido.

Cuidado com a avareza, a mais sórdida das paixões, a fim de que ela não degrade teu caráter e não endureça teu coração com seus cálculos frios e áridos.

Se algum dia te tornares pequeno com o sopro triste da auto absorção, foge para teu templo, pois ele deve ter-se tornado uma morada estranha para ti, e neste caso não reconheceríamos mais em ti a imagem original do que é Divino.

5.- Assim como tua caridade é acesa pela tua Fé, tua prudência deve ser acesa pela Sabedoria. Assim como teu coração deve abraçar a toda a humanidade, teu Espírito escolhe sabiamente a que te dedicar. Cultiva o escolhido, seja através da instrução, do conselho, da proteção ou do alívio. Mas nunca te convenças de que já fizestes o suficiente, e abstém-te de usufruir dos frutos de tuas obras.

6.- Va além! Retoma sempre tuas obras, só assim tuas energias serão reabastecidas! Desta forma serás inundado por rajadas de sublimes paixões e uma fonte inexaurível de prazeres te será reservada: terás aqui na terra as primeiras impressões da felicidade celeste, tua alma crescerá e todos os momentos de tua vida serão permeados pelo êxtase do Espírito.

7.- Quando, por fim, tiveres superado a ti mesmo no mais remoto limite de tua finita natureza, e te encontrares exausto a ponto de acreditar que não tenhas mais forças para realizar tua obra, ainda assim não permita que tua alma se distraia!

Dirige-te ao teu templo, vá e vê o brilho da Sagrada Cadeia que nos une; isto trará vigor a todas as tuas faculdades, pois nossa campanha contra a miséria do mundo, tal como deve ser defendida pelos Iniciados, trará diante de ti um novo mundo, pleno de doces frutos de nossas forças combinadas, quando colocadas num mesmo objetivo. Então teus bens te serão multiplicados, pois irás ajudar a tornar felizes milhares de homens e não apenas um, e todos os teus desejos serão coroados.

ARTIGO VI

Outros deveres morais para com a humanidade

1.- Ama teu próximo como a ti mesmo e nunca faças ao outro o que não gostarias que te fosse feito.

2.- Serve-te da sublime força do Silêncio e serve a Humanidade com o sublime dom da Palavra. Sé um sinal do domínio da Humanidade sobre a Natureza; vá silenciosamente ao encontro das necessidades alheias, e ruidosamente estimula em todos os corações o Fogo Sagrado do Espírito.

Se gracioso, mas informal; ergue-te como um exemplo Divino. Compartilha a felicidade dos outros, não a invejes. Não permitas que a fúria do ciúme se erga em teu peito, nem mesmo por um instante. Pois, em sua raiz e pela sua força ela perturba a tranquilidade de tua felicidade, e tua alma estará sujeita à tempestade das mais miseráveis fúrias.

3.- Perdoa teus inimigos, pois não tens como vingar aquilo que ele fez a si mesmo. Através deste soberano sacrifício encontrarás o sublime segredo da fé: ao reconhecer teu semelhante como a ti mesmo, tu o reportas à imagem do Eterno.

Este é o único propósito do perdão dos pecados, e o ato mais celestial do homem exterior. Desta forma, a graça se oculta na indiferença. Lembra sempre, que este é o triunfo da Beleza; as Vontades dominam apenas sobre os instintos. O Iniciado esquece todos os insultos, mas nunca esquece qualquer recompensa.


Continua...


Veritas et Virtus


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